RICARDO REIS
O Estóico
O Epicurista
O Clássico
Após as exposições das Séries Álvaro de Campos(http://arquitextura.blogs.sapo.pt/19412.html) e Alberto Caeiro - inseridas no Ciclo dos Heterónimos -, desta feita está exposta no Auditório da Casa Fernando Pessoa a Série de Pintura Ricardo Reis, desde o dia 29 de Janeiro.
Na sequência das antecedentes, a actual Série de Pintura baseia-se igualmente em excertos seleccionados de poemas de mais um heterónimo pessoano, os quais constituem o ponto de partida para ilustrações de pequeno formato, feitas com recurso a aguarela e grafite sobre papel.
Encerra-se, assim, a Tríade de Séries baseadas em três dos principais heterenónimos de Fernando Pessoa, realizadas segundo os mesmos princípios operativos.
Campo de Ourique - Rua Coelho da Rocha n.º 16
Transportes : Autocarro: 9, 20, 38 | Eléctrico: 25, 28
Fear the Lords who are secret among us.
The Lords are w/in us.
Born of sloth & cowardice.
_____________________________________
Teme os secretos Mestres que coabitam connosco.
Os Mestres estão entre nós.
Feitos cobardia & preguiça
Poema: MORRISON, James Douglas, The Lords and The New Creatures:1969, Assírio & Alvim, 1994
Imagem: Cancer city - original a grafite sobre papel
(...)
A vida é terra e o vivê-lo é lodo.
Tudo é maneira, diferença ou modo.
Em tudo quanto faças sê só tu,
Em tudo quanto faças sê tu todo.
12-9-1935
[50B1-51r]
Tudo é como se nada se passasse.
Tudo fica como se nada ficasse.
Tudo é o que não é, e a sombra desce.
Sobre o que é e não é e ou morre ou nasce.
[ Setembro de 1935 ]
[63-43r]
Ouvi os sábios todos discutir.
Podia a todos refutar a rir.
Mas preferi, bebendo na ampla sombra,
Indefinidamente só ouvir.
Manda quem manda porque manda, nem
Importa que mal mande ou mande bem.
Todos são grandes quando a hora é sua.
Por baixo cada um é o mesmo alguém .
Não invejes a pompa, e ao poder,
Visto que pode, sem razão nem ser
Obedece, que a vida dura pouco
Nem há por isso muito que sofrer.
3-10-1935 a.m.
[45 - 29r]
Reinam o bobo e o vil, e o quem calha
A sorte de reinar; que o acordo falha,
Mas a justa verdade há-de chegar -
Quando for tarde e já nada valha
s.d.
(...)
Fonte: GALHOZ, Maria Aliete, Canções de beber : Ruba'iyat na Obra de Fernando Pessoa. Lisboa: Assírio e Alvim, Lisboa, 2002
Imagem: original de http://www.hottopos.com/mirandum/fernkhay.htm; tratamento digital em Photoshop : inversão de cores
Cancer city
Urban fall
Summer sadness
The highways of the old town
Ghosts in cars
Electric shadows
_______________________
Capital do cancro
Declínio urbano
Verão tristonho
Vias rápidas na velha cidade
Circulam espectros
Sombras eléctricas
Poema: MORRISON, James Douglas, The Lords and The New Creatures:1969, Assírio & Alvim, 1994
Imagem: Cancer city & Jim's face - originais a grafite sobre papel; tratamento infográfico digital e aplicação sobre imagem de fundo
Em honra dos mentores do Movimento Modernista Português.
Manifesto Anti-Dantas, de José de Almada Negreiros ( declamado por Mário Viegas)
Se sou alegre ou sou triste ?...
Francamente, não o sei.
A tristeza em que consiste?
Da alegria o que farei ?
Não sou alegre nem triste.
Verdade, não sei que sou.
Sou qualquer alma que existe
E sente o que Deus fadou.
Afinal, alegre ou triste ?
Pensar nunca tem um bom fim...
Minha tristeza consiste
Em não saber bem de mim...
Mas a alegria é assim...
20.08.1930
IN Quadras e Outros Cantares - Fernando Pessoa; Editora Relógio d'Água.
Imagem base: www.ufp.pt
Nunca conheci quem tivesse levado porrada,
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
(...)
Arre, estou farto de semi-deuses!
Onde é que há gente no mundo ?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra ?
(...)
Álvaro de Campos IN Poema em Linha Recta
(...)
"
E plácido o teu olhar...
E tu, amor, és uma realidade também...
Ah, não ser tudo senão um quadro, um quadro qualquer....
E quem sabe se tudo não será um quadro e a dor e a alegria
E a incerteza e o terror
Coisas, meras coisas, nada senão coisas sem aonde, mas que percebemos
(...)
"
Álvaro de Campos IN Ode Marcial - estrofe B
"
O Binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso.
"
Álvaro de Campos
Numa ânsia de ter alguma cousa,
Divago por mim mesmo a procurar,
Desço-me todo, em vão, sem nada achar,
E a minh'alma perdida não repousa.
Nada tendo, decido-me a criar:
Brando a espada: sou luz harmoniosa
E a chama genial que tudo ousa
Unicamente à força de sonhar...
Mas a vitória fulva esvai-se logo...
E cinzas, cinzas só, em vez de fogo...
- Onde existo que não existo em mim?
(...)
Paris, 3 de Maio de 1913
" No dia 26 de Abril de 1916, suicidava-se em Paris, com vinte e cinco anos, um dos poetas fundadores da Revista Orpheu , e já como tal escandalosamente conhecido - Mário de Sá-Carneiro. "
IN Mário de Sá-Carneiro :Poesias - Edição Biblioteca Ulisseia
"
Não ter emoções,não ter desejos,não ter vontades
Mas ser apenas,no ar sensível das coisas
Uma consciência abstracta com asas de pensamento,
Não ser desonesto nem não desonesto, separado ou junto,
Nem igual a outros, nem diferente dos outros,
Vivê-los em outrem, separar-se deles
Como quem, distraído, se esquece de si...
"
Álvaro de Campos
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
_ LORD[e]S
_ Exposição "Série Álvaro d...
_ Questão
_ Arquitectura
_ FA-UTL
_ Associação Portuguesa da Cor
_ ICA
_ Bow Wow
_ ARCspace
_ Artes
_ MattDye
_ BLU MUTO
_ cerdo
_ Who
_ FG+SG
_ Arte Urbana
_ Ideothas
_ Música
_ Last FM
_ Blitz
_ mimi
_ Rádios
_ RadaR
_ Oxigénio
_ MySpace
_ Chullage
_ Automobilismo
_ Bugatti
_ TVR
_ Lister
_ Spyker
_ Blogs
_ Op.323
_ maggiori
_ Abrupto
_ Espaço M
_ CV
_ Fotologs
_ Texture
_ Hikups
_ Sphiza
_ Brai
_ Wost
_ VHILS
_ Sítios
_ CCB
_ Dicionário Multilingue Online
_ Um Sítio
_ +MOOD
_ Pordata